O dia 18 de Setembro ficará registado na história da Universidade Rainha Njinga a Mbande (URNM), marcando um passo significativo no fortalecimento das capacidades do País para enfrentar futuras pandemias.
O seminário intitulado “Surto Nacional de Doenças Infecciosas: Rumo à Preparação para uma Pandemia com COVID-19 e Varíola dos Macacos como Exemplos”, realizado nesta Quarta-feira, 18 de Setembro, no auditório do Instituto de Tecnologia de Angola (ITA), reuniu especialistas, docentes, estudantes e profissionais de saúde para debater estratégias de resposta a surtos de doenças infecciosas, com foco na COVID-19 e na Varíola dos Macacos.
O evento contou com a presença de diversas personalidades de destaque, reflectindo a importância deste encontro tanto para a URNM como para o País. O presidium foi composto pelo Magnífico Reitor da URNM, Eduardo Ekundi Valentim, acompanhado pelo Vice-Reitor para a Área Científica e Pós-Graduação, Bettencourt Munanga, e pelo Director-Adjunto do ITA para a Área Científica, Mussole Tchissola, que representou o Director do ITA, Guilherme Pereira.
Um dos momentos altos do seminário foi a intervenção do Dr. Phiyani Lebea, Director Científico da TokaBio (Pty) Ltd., que compartilhou as experiências e inovações no combate a doenças infecciosas.
Durante as suas intervenções, Phiyani Lebea sublinhou a importância de uma abordagem integrada para lidar com doenças infecciosas, destacando as tecnologias inovadoras desenvolvidas pela sua organização.
“A TokaBio adopta uma abordagem de One Health para o manejo de doenças infecciosas, abrangendo a detecção de patógenos, biossegurança e bio-vigilância, gestão de desastres e sistemas de alerta precoce”, afirmou Lebea.
Ele enfatizou o papel dos grupos de Saúde Animal e Diagnósticos Humanos da Tokabio, que são responsáveis pela detecção de patógenos e desenvolvimento de plataformas de diagnóstico avançadas.
“Trabalhamos para oferecer diagnósticos de ponta no ponto de atendimento, utilizando tecnologias como ELISA, PCR e Sequenciamento de Próxima Geração, tanto para a saúde humana quanto animal”, explicou.
O seminário também abordou exemplos práticos de respostas a pandemias recentes, incluindo a COVID-19 e a varíola dos macacos, com o Dr. Lebea discutindo as medidas que a Tokabio implementou para detectar e conter essas doenças em África. Destacando a importância de desenvolver vacinas e diagnósticos rápidos, especialmente em contextos africanos, onde os desafios logísticos e a falta de infra-estrutura podem limitar respostas eficazes.
ASSINATURA DO PROTOCOLO DE COOPERAÇÃO
Além das apresentações científicas, o seminário foi palco de um momento histórico para a URNM com a assinatura de um Memorando de Entendimento com a TokaBio. Este acordo visa o desenvolvimento de capacidades conjuntas nas áreas de diagnóstico molecular e imunologia.
Ao apresentar os objectivos do evento, Juvêncio Benza, Director do Gabinete Jurídico e de Intercâmbio da URNM, afirmou que “Este protocolo prevê a criação de laboratórios especializados na Faculdade de Medicina da URNM, para atender às necessidades críticas de diagnóstico em Angola, com o apoio da rede de parceiros da TokaBio, incluindo a ID Vet em França e outras instituições sul-africanas”.
No seu discurso de encerramento, o Magnífico Reitor, Prof. Doutor Eduardo Ekundi Valentim, reafirmou o compromisso da URNM em transformar-se numa “universidade moderna e reputada”, destacando a relevância da internacionalização e das parcerias estratégicas para o avanço do ensino e da investigação científica em Angola.
“A assinatura deste Memorando de Entendimento com a TokaBio não é apenas um acto formal, mas uma aliança estratégica que nos permitirá contribuir para o desenvolvimento de soluções inovadoras para os desafios da saúde pública no País. No Índice Global de Inovação de 2023, Angola ocupou a posição 132, sendo o último colocado. A URNM tem o compromisso de reverter esse cenário, focando-se na inovação e na colaboração com empresas internacionais de renome”, declarou o Reitor.
O Magnífico Reitor também sublinhou que a parceria com a TokaBio coloca a URNM numa posição privilegiada para transformar o conhecimento científico em soluções práticas que beneficiem a sociedade de maneira significativa.
“Este é o caminho para enfrentar os desafios de inovação que Angola enfrenta, promovendo uma economia baseada no conhecimento e assegurando que a investigação académica ultrapasse os muros da universidade para beneficiar o público em geral”, concluiu.
Estiveram igualmente presentes o Vice-Reitor para os Assuntos Académicos, Osvaldo Pelinganga, bem como os representantes das Unidades Orgânicas da URNM.