Quatro dos cinco professores cubanos da Faculdade de Medicina da Universidade Raínha Njinga a Mbande são especialistas em toxicologia, a ciência multidisciplinar que tem como objecto de estudo os efeitos adversos das substâncias químicas sobre os organismos.
Cuba tem uma vasta experiência neste domínio, daí a contratação de médicos especialistas do país caribenho para ajudar a desenvolver o Centro de Informação de Medicamentos e Toxicologia (CIMETOX), adstrito à Faculdade de Medicina da URNM.
O referido centro tem vários projectos, e o mais importante está ligado a produção de soro anti-ofídico, um antídoto para o tratamento de casos de intoxicação por mordeduras de animais venenosos, como as serpentes e outros bichos peçonhentos.
A concretização desta e outras acções que pressupõem trabalhos de investigação científica e laboratórios devidamente equipados, requerem recursos financeiros, cuja indisponibilidade tem vindo a condicionar a sua materialização.
Todovia, ventos favoráveis tendem a soprar no sentido da inversão do cenário de dificuldades que, até então, têm estado a emperrar o normal funcionamento e a consumação dos projectos do CIMETOX.
Tal reflecte o que tinha sido instado, pelo, Coordenador da Comissão Instaladora da URNM, aos colaboradores expatriados no sentido de que elaborassem projectos de pesquisa, ou reactualizassem os que já existiam, com vista a tirar proveito da disponibilidade das autoridades angolanas em financiar iniciativas do género, através do recém criado Fundo de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNDICIT) e de outras eventuais agências com essa vocação.
Nesta conformidade e à guisa de informação, o Dr. Eduardo Ekundi Valentim sublinhou que para o ano 2022, o Fundo de Desenvolvimento Científico e Tecnológico tem disponíveis 12 milhões de dólares para o incentivo e apoio à pesquisa científica.
Vale realçar que o Cimetox tem como função principal a prestação, através de uma linha telefónica, de informação toxicológica de emergência 24 horas ao dia, onde os especialistas ajudam os cidadãos a lidar com eventuais casos de intoxicação pela exposição ou ingestão de substâncias químicas.
Destarte, recorde-se que o Centro de Informação de Medicamentos e Toxicologia da Faculdade de Medicina da URNM é o primeiro em Angola e foi criado a 10 de Novembro de 2011.
Carlos Mendes
In Kamboma Mayele